quarta-feira, 24 de abril de 2013

Bohr e a Teoria Quântica em 90 minutos


Autor: Paul Strathern.
Ed Zahar.

Síntese - O livro atende ao que se propõe: leitura fácil e rápida. O texto se desenvolve em bom ritmo e cumpre bem o papel de informar o leitor sobre a vida particular do físico (com menor ênfase) e suas principais contribuições à ciência. Algumas ilustrações auxiliam a compreensão de determinados conceitos.


Mais sobre o livro.




... a influência de Bohr sobre a física e os físicos de nosso século foi mais forte que a de qualquer outra pessoa, inclusive Einstein
Werner Heisenberg

O rompimento da física com o senso comum, ocorrido nas primeiras décadas do século passado, teve alguns protagonistas de peso, dentre eles, o dinamarquês Niels Bohr. O autor frisa grandes conflitos entre resultados esperados pela física clássica e o que se obtinha em algumas práticas de laboratório. Bohr foi, também, um grande debatedor dentre seus pares.
No livro, aborda-se os eventos em ordem cronológica. Inicia com o nascimento do físico, descreve sua família (pais e irmãos) e o início da vida acadêmica dele (bem como de atleta: jogador de futebol).
Na obra, é descrito como Bohr estendia sua conceituação de eventos físicos para outros campos, sobretudo a filosofia. Ele é apresentado como um teórico, tendo incursões em laboratório não muito produtiva, sobretudo por sua inabilidade prática.
Neste contexto, dado aos resultados experimentais inesperados que surgiam de determinados eventos, foi capaz de conceber intelectualmente explicações que davam sentido ao resultados práticos observados (e em choque com conceitos correntes clássicos). O enunciado do Princípio da Correspondência e do Princípio da Complementaridade são resultados diretos dessa característica deste gênio pesquisador.
A descrição da relação de amizade e trabalho de Bohr e Ernest Rutherford é um ponto alto do livro.
Nem tudo era mar de rosas: Bohr encontrava resistência entre seus pares, sobretudo pelas inovações conceituais propostas. Isso gerou repercussões de tal ordem que o autor, sobre a explicação do físico para determinado fenômeno, se expressa com a seguinte citação: "A explicação de Bohr era não científica demais".
É feita uma abordagem do impacto da 2ª Grande Guerra na vida do cientista (uma fuga cinematográfica da Europa continental para a Inglaterra é descrita em certo momento).
No auge do reconhecimento, com concessão de prêmio Nobel e o estabelecimento do Instituto de Bohr, a obra aponta a relação profissional do pesquisador com outros grandes nomes da física, como Pauli, Heisenberg, Dirac, Landau, dentre outros.
Os grandes debates entre Bohr e alguns de seus pares é abordado (embora de maneira não tão profunda quanto alguns prefeririam, inclusive eu), sobretudo no instituto que leva seu nome. O compromisso com a verdade tido pelos debatedores é o motivo pelo qual aqueles embates teóricos foram (e ainda são) tão importante para a mecânica quântica.

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